sábado, 1 de setembro de 2012

MIGUEL, O PRÍNCIPE DOS EXÉRCITOS CELESTIAIS!


A história da Criação, com todos os seus desdobramentos, até à consumação dos séculos, que ainda está por vir, não teria sentido sem a aparição, em refulgente glória, do mais vultoso ser de luz em toda a cadeia angélica, da qual surgiram os Serafins, os Querubins, os Tronos as Dominações, as Potestades, as Virtudes, os Principados, os Arcanjos e os Anjos, na densidade espiritual da augusta morada de Elohim: Miguel, "Aquele que é como Deus?" ; o líder insuperável das hostes angelicais; o príncipe dos exércitos do Altíssimo; o guerreiro - mor entre os arcanjos poderosos, e a própria realeza em luminosidade colossal a ser gerado pela vontade suprema do El-Shadday.


Envolto no mistério que emana da própria divindade suprema, Miguel é uma entidade fundacional, pois, ao lado de Deus - O Todo Poderoso - coadjuva aquele, que é chamado de Alfa e Ômega na formação de todos os mundos, constituindo-se, por este turno, na testemunha singular de todos os atos de Iavé, desde a proclamação, nas alturas, da criação do Universo, através da ordem primeva dada à Luz, até às dimensões inferiores, onde o poder do Criador estremece os abismos e os vãos eternos da escuridão personificada em trevas abissais. Miguel é a grande baliza do Altíssimo, príncipe dos arcanjos e a essência etérea a liderar os 9 coros de anjos. Dentre os 7 arcanjos, que auxiliam Deus na execução do projeto da Criação bem como o seu acompanhamento e manutenção, Miguel constitui-se na figura central e exerce, no circuito das esferas angélicas, um protagonismo ímpar conferido pelo Altíssimo para o desempenho das grandes tarefas, que compreendem todos os níveis da existência, quer sejam no plano espiritual, quer sejam no plano material.



Virtuoso em sua natureza luminescente, Miguel possui características singulares, que o elevam acima de todos os arcanjos na linhagem magnífica dos seres angélicos. Sua posição de liderança diante do exército de anjos, conferindo-lhe a condição prima e inigualável, o torna, desse modo, a força imbatível, que está à frente do trono de Deus, guardando-o e protegendo-o contra qualquer ataque vil, que possa ser deflagrado nas mais altas esferas divinais. Miguel, o comandante, é, portanto, o guerreiro que não hesita em defender o planalto santificado da deidade, que repousa eternamente em paz e em santidade intocáveis. Cabe a Miguel a permanente vigília dos elementos ígneos, que compõem e integram a morada do Altíssimo, em sua intangibilidade. A saber: o Livro da Vida e o Plano da Salvação - dois sustentáculos do Inefável ao qual ninguém tivera acesso. Assim, mergulhado em um silêncio, que remonta à pré-existência dos seres e das coisas; do universo e dos mundos; das almas e do verbo, Miguel é, com efeito, a segunda visão de Deus, e que, na qualidade de arcanjo fiel, valoroso, leal e, sobretudo, servo, sempre fora a sentinela viva e soberana sobre todas as entidades que circundavam, glorificavam e adoravam o Senhor, em seu esplendor e majestade. A visão ubíqua do arcanjo guerreiro em relação aos eventos que precederam a criação dos Mundos, do Tempo, do Homem, da Vida e da Morte, ratificava o posto de príncipe dos seres de luz na hierarquia outorgada pela inteligência suprema de Deus, e a garantia de que a ordem nos céus seria mantida ininterruptamente.



O espaço no qual Miguel está, e nas esferas pelas quais o poderoso arcanjo transita, denuncia, para além das ortodoxias, o seu traço majestoso e sua origem enigmática dentre todos as entidades etéreas, e que estão a serviço do Altíssimo. O traço marcante e emblemático da  natureza deste arcanjo, de qualidades múltiplas e de poderes ilimitados, é o de se impor sobre as hordas angélicas, ainda que delas o príncipe das milícias celestiais tivesse emergido, o que, per si, denota, de forma incontestável, a singularidade de sua postura igualitária perante os demais anjos, que compõem as miríades infinitas a sobrevoarem os céus e a terra. Miguel é, desse modo, um ser de luz que, à semelhança do supremo Elohim, é dotado do mais profundo senso de justiça e retidão, características necessárias e absolutas para uma entidade que ocupa a posição de chefe dos exércitos e primaz de todos os anjos e arcanjos no rastro infinito da Criação, execute, com destreza e infalibilidade, as tarefas que o Todo Poderoso Deus sempre lhe delegou. Outrossim, o fato de Miguel ter sido alçado ao patamar de guardião dos símbolos sagrados, intangíveis por todas as inteligências etéreas, comprova a tese de que a obediência ao Eterno e a sua fidelidade inabalável àquele transformaram-no no elo de fogo inconsumível entre Deus, seu Pai, os anjos, seus irmãos, e, tardiamente, os mortais, representados, inequivocamente, pela criação do Homem, que, por sua vez, tornara-se a personagem principal na intrincada estória, que compreende os mundos superiores e os mundos inferiores; do barro que recebera o fôlego da vida, e que se corrompera com o evento conhecido biblicamente por pecado original, à humanidade dos dias apocalípticos,  que testemunhará, nos ares, a terrífica batalha do Armagedom.



Cúmplice dos atos da majestade divina, que é o próprio Deus, em sua essência infinita e soberana, o silêncio de Miguel é a sua marca distintiva dentre todos os anjos. O príncipe da guarda celestial e o primeiro entre os 7 arcanjos fundacionais fora criado por Deus para o serviço impecável, aliado ao senso profundo de observação de tudo que circundava a esfera da deidade. Ser sentinela permanente e ser temido por todos os seus subordinados significavam o esvaziamento de sua vontade na condição angélica para que ele, com seu corpo escultural, fenomenal; talhado para a guerra, e, sobremaneira, único nas esferas angelicais, fosse um portal, através do qual a Luz de Deus atravessaria a sua silhueta translúcida e resplandeceria, permanentemente, transformando-o na entidade principal, que veiculava a voz do Altíssimo em brados descomunais. Esta condição, única no mundo espiritual, também rendera a Miguel a oposição que sofrera, no embate imemorial, quando o poderoso Lúcifer o enfrentou na hedionda peleja celestial entre os anjos liderados pelo esplendoroso querubim de 12 asas, cuja legião, tão rebelde quanto ele, fora derrotado e expulso das moradas divinais, e aquele que, em essência, é a duplicação de Deus no mundo angélico. O sentido do nome Miguel, em uma interpretação mais vertical, "Aquele que é como Deus?" constitui-se na chave fenomenológica, que revela, indubitavelmente, a posição do príncipe das milícias celestiais na hierarquia angelical. A significação de seu nome, em verdade, é um questionamento contundente e visceral, pois não há, jamais houve e tampouco haverá, seja na terra e nos subterrâneos das trevas densas e prisionais, onde estão os habitantes da escuridão, seja nos céus, em todas as suas gradações de luz, até alcançar a morada de Deus, nenhuma entidade que poderá igualar-se a Jeová. Na ausência de um ser, com o poder, com a força, com a grandeza infinita, e sobejamente imensurável, que são as características da deidade, que são o Fim e o Princípio de Si, na Eternidade, Miguel é este ser, que, no silêncio da própria Luz, rasga o Infinito, portando em seu plexo o fôlego da divindade; a palavra ígnea, que é ordenança viva dos lábios do Criador, e que, ao ser pronunciada, estremece os pilares invisíveis que sustentam tudo e  que são referências para todos; as esferas etéreas, os seres de luz, os mundos, os universos; a luz e as trevas, que se enfrentam voraz e incansavelmente. A luz prodigiosa semeou o surgimento rotundo das trevas, que, paradoxalmente, engendrou nas potestades a disputa pelo poder, a cobiça, a inveja, o ciúme e o ódio; e o que era para ser a unidade transformou-se na divisão. O elo de fogo fora partido para sempre; e ao desferimento das lâminas incandescentes, assistiu-se a batalha entre o Bem e o Mal. Do lado do Criador, o imponente e invencível Miguel; contra O Grande Eu Sou, o magnificente e imbatível Lúcifer.



As duas forças, imperantes e antagônicas, predominavam nos céus e protagonizaram as cenas mais dantescas que o mundo angélico testemunhara: o embate violento e interminável entre Miguel, o destemido guerreiro e protetor dos emblemas sagrados, e Lúcifer, o seu irmão, o mais poderoso e luzidio de todos os anjos. É imperioso, portanto, afirmar que os laços eternos, que unem as duas entidades, dotadas de porte e forças imensuráveis, são indissociáveis por serem  labaredas vivas, que foram geradas por Deus, e, desse modo, jamais poderão ser desfeitos. Há nesta união, a fusão da luz primordial com a energia angélica, que, emanada da deidade, atravessou o Infinito a fim de cumprir a ordem de Iavé na criação dos mundos, na organização das forças cósmicas e no equilíbrio de todas as virtudes. Assim, filhos inegáveis da chama ardente, da qual saíram como línguas de fogo, inteligentes e autônomas, a luz que neles há, com efeito, é o código indecifrável do Criador, que cunhou em seus corpos espirituais a leis da Eternidade e os seus fenômenos intangíveis. Uma união, no plano supra-angelical, que remete à origem da teogonia quando, simbioticamente, o estado puro de energia em expansão formava a essência singular. Tudo era fogo; energia inimaginável em profusão a expelir mares ígneos intensos dos espasmos de Deus, que, de Si, arrancara todos os seus filhos, todos os seus descendentes diretos, todas as inteligências, que, em momento posterior, seriam os desbravadores dos limites dos universos, pautados pela soberana vontade do Altíssimo. Miguel fora, assim, criado, à semelhança de Lúcifer, em cujas estórias há mais verdades veladas do que sentenças luzidias e claras. Sobre a perfeição e a incorruptibilidade do corpo astral, no qual Miguel se expressa como o mais fiel dos arcanjos, há, indubitavelmente, um estigma, que o mantém ligado, permanentemente, à divindade suprema, em toda sua magnitude, mas que, geneticamente, forja a sua conexão com o seu oposto: o corrompido e infiel Lúcifer, que, na luta dos dias intermináveis, maculou a glória excelsa e imponderável de Deus. Miguel, por ser no plano etéreo a personagem ocular, que, em silêncio profundo, vira a Deus como nenhum outro anjo, arcanjo, serafim ou querubim, faceara, também, e sem correr risco de ter sido aniquilado por Aquele, o plano augusto do Criador, ao qual somente o Senhor dos Senhores tinha acesso; e obtivera, para além do conhecimento de todos os segredos da magna divinidade, a confiança e a força necessárias para enfrentar qualquer entidade que ousasse atravessar os limites estabelecidos pelo Eterno, além de intervir na roda do tempo, ao emergir na cena que divisou, para sempre, o mundo espiritual do mundo material; aquele que viria a coroar os sonhos do próprio Deus. A saber: o Homem, a mais perfeita obra da Criação. Um ser substancialmente diferenciado dos anjos, mas que compartilhou com os seres de luz, na essência, a imagem e a semelhança da deidade. Assim, a visão de Miguel é de uma águia de fogo, que ultrapassa os portais do Tempo para proteger não somente os elementos portentosos e dogmáticos da Inteligência Absoluta, colunas sagradas que firmam os átrios celestiais, mas, também, os fundamentos da Criação, em toda sua expressão e extensão, margeados pelo sopro da Eternidade.



Miguel, um arcanjo que irrompe a natureza ígnea por não gozar da proximidade de Deus, em princípio, segundo a hierarquia angélica, paradoxalmente, é o senhor entre todos os arcanjos, que, por conseguinte, devotam-lhe a reverência por sua magnitude ímpar no mundo celestial. O ser de luz, que carrega em seu dorso luminescente a máxima QUEM É COMO DEUS?, aparece triunfante e irrefutavelmente como a própria extensão de Deus, que o eleva, em glória e majestade, como o arcanjo das grandes missões, para além do posto de comandante primeiro no exército celestial, seja nos céus, seja na terra. Quem pode desafiar o poderoso arcanjo, que, em seu profundo silêncio, comunga da verdade inenarrável do Altíssimo? Na extensão da deidade, a dualidade e a unidade se conjugam de forma unicelular e plasmática. Na divisão essencial das naturezas singulares, a de Deus, o supremo pai, que está acima de todas as criaturas, e a do anjo submisso e obediente, a maior virtude que um subordinado de Deus deve ter para atingir  a consagração e a santificação máxima nas hordas angélicas. As qualidades que são torneadas pelo primado da perfeição conferem a Miguel não somente a força de seu nome como o representante mais legítimo e genuíno da vontade do Altíssimo, em toda sua glória e esplendor, mas a transferência de poder contínuo de Iavé, que, envolvido pelo mistério de ser o próprio Deus, não perde a sua energia avassaladora e fundadora de tudo que é, de tudo que foi e de tudo que sempre será. Antes, Iavé, ao conceder o poder ilimitado ao Príncipe dos Arcanjos - Miguel - transforma-o no arauto principal nos altos céus e nos baixos mundos. Miguel proclama, em nome da glória excelsa do Elohim, a paz universal entre os seres angelicais, em suas miríades e esferas luzentes, e os homens e mulheres, na terra, mas, também, declara, sob a autoridade do grande El-Shadday, a guerra, com grande alarido e tremor.


Os domínios do arcanjo Miguel transpõem as fronteiras invisíveis do mundo angélico. Por ser a principal entidade a representar a vontade de Deus, em todos os seus níveis, cabe ao príncipe das milícias celestiais a honrosa missão de proteger a Humanidade contra os ataques vis das legiões comandadas pelo rebelde e medonho Lúcifer. A exuberante luz, que emana das asas deste arcanjo extraordinário, invade as esferas angélicas e atinge a Terra, trazendo a retidão, a equidade e a verdade augusta do Eterno. Assim, Miguel, em sua vestimenta de fogo, portando a espada da justiça e a balança do próprio juízo, lidera seu exército magnífico e revela a todos os seres da Criação as máximas inconfundíveis de Iavé. Deus presentifica-se nas atitudes de Miguel, que o representa de forma impecável. Sua incorruptibilidade diante do Altíssimo é sinônimo de força. Força latente e indispensável para a proteção da Terra, do Homem e da natureza perfeita que Deus criou sob a ordem onipotente do Fiat Lux. Força magistral que, um dia, transbordará o seu corpo diáfano, e que elevará as potências divinas a níveis insuportáveis para o mundo físico e hediondo para o mundo espiritual, pois "Aquele que é como Deus?" e seus paladinos confrontarão, indelevelmente, o maculado Lúcifer e sua dantesca falange, que, decaído, desferirá seus últimos ataques contra Miguel, seus militantes e, sobretudo, Deus, encerrando, definitivamente, o capítulo da grande guerra, que será travada nos céus entre os herdeiros da fidelidade e os descendentes da rebeldia, como está descrito em Apocalipse, o Livro das Revelações. A saber:

7. E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos,

8.  mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus.

9. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada de Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
Apocalipse 12 : 7 - 9.


Miguel e seus guerreiros de luz preparam-se para os dias inglórios quando a Graça será dissipada na Terra e o juízo divino consumará o que Deus determinara nos céus, em tempos primevos, e o que os profetas revelaram na Terra à Humanidade, desde que o mundo vestiu-se de trevas, ao desobedecer às ordens do Altíssimo. Tudo, ainda, jaz no maligno, e o Príncipe das Potestades do Ar governa soberano a terra manchada pelo pecado, pela perdição e pela desgraça, aparentemente eternas.


Profecias existem não para serem esquecidas, mas, sim, para serem lembradas, pois, um dia, elas se cumprirão, seja para o Bem ou seja para o Mal.
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